Este artigo apresenta alguns aspectos da "história da disciplina" de
"Ciências Físico-Químicas" no contexto da reforma liceal de 1947.
Ao estudar o processo de implantação dessa reforma revelam-se-nos sinais da
presença de uma cultura escolar de que as disciplinas são elementos principais.
Entre os mais significativos está a polémica que se gerou sobre a introdução dos
novos programas na disciplina de Ciências Físico-Químicas.
Os pontos principais que estiveram na origem da discussão foram, no que se
refere à Química, a ausência de Trabalhos Práticos no 2º ciclo, o tempo de
duração das aulas práticas no 3º ciclo e o respectivo número de tempos semanais,
o uso dos símbolos e fórmulas químicas no ensino elementar da Química, principal
tema tratado neste texto, e o uso de expressões matemáticas (fórmulas) na
Física.
Depois de uma parte inicial em que se faz a apresentação dos conceitos teóricos
que fundamentam a pesquisa efectuada, nomeadamente a elaboração de Chervel
(1988, 1998) sobre as disciplinas, apresenta-se o processo que levou ao
aparecimento dos programas assim como a discussão havida entre os professores
Rómulo de Carvalho, autor dos programas de Química e José Teixeira que viria a
ser o principal autor de manuais da disciplina e, ainda, a preceder a parte das
cunclusões, o conteúdo significativo para o debate dos relatórios anuais dos
professores liceais auxiliares e agregados.
Palavras Chave: história das disciplinas, cultura escolar, reforma liceal, programas, símbolos e fórmulas químicas, relatórios de professores